Há nos dias de hoje uma grande preocupação com a produção de vinhos, seja ela no âmbito da qualidade, como também no âmbito da sustentabilidade ecológica. Onde, no passado, a alta taxa de produtividade parecia ser um ótimo negócio para as vinícolas, hoje o quadro é bem diferente.
Quando falamos em biodiversidade, a primeira imagem que nos vem à mente é a de uma floresta densa e com uma enorme quantidade de animais, das mais variadas espécies. No entanto, a biodiversidade agrícola proporciona ao meio ambiente um benefício à longo prazo. Mantendo em harmonia a agricultura e o ecossistema ao redor.
Olhando mais à fundo, podemos ver uma alta gama de genes preservados ou melhorados por essa técnica. E dentro dessa variabilidade genética, pesquisadores encontram características que possam melhorar os cultivos e ajudar nas intempéries das lavouras, incluindo desde fatores abióticos – como a seca – ou bióticos, como aqueles causados por pragas e doenças.
Uma vez que, dentro da biodiversidade, novas características são identificadas. É possível desenvolver novas cultivares, seja pelo melhoramento clássico ou empregando técnicas mais modernas de biotecnologia.
Além disso, muitos microrganismos são importantes para o setor agrícola. Existem bactérias fixadoras que contribuem fortemente com os nutrientes do solo e muitos microrganismos podem atuar no desenvolvimento e metabolização dos defensivos agrícolas.
Ainda na área de produção de alimentos, muitos fungos e bactérias possuem alta relevância para o mercado de vinhos e espumantes. Por isso, preservar a biodiversidade desses organismos é garantir que novas tecnologias de proteção de plantas e produção de alimentos sejam desenvolvidas no futuro.
Nas últimas décadas, a grande parte dos produtores estão investindo pesado na produção de vinhos melhores e de alta qualidade. Com foco no cuidado do vinhedo, que antes era mais restrito a produtores artesanais. Hoje, esses produtores que iniciaram há alguns anos o processo de cultivo sustentável, colhem os frutos dessa escolha magnífica para o resultado final dos vinhos mantendo assim a integridade do meio ambiente, vinhedos e ecossistema ao redor.
Conversamos com Alessandro Perini, enólogo e proprietário da Cantine Romagnoli; vinícola que temos exclusividade de importação no Brasil. E ele nos contou um pouco, como é a biodiversidade em sua propriedade.
“A sustentabilidade está 100% na minha filosofia de produção que começa na preservação do solo para ter grandes uvas e, portanto, grandes vinhos.”
“Tudo isto não poderia ser feito sem partir também de uma intensa preservação da biodiversidade. Cada uma das nossas vinhas está dividida por uma orla natural. Poderíamos dizer que são sebes ou cercas vivas. Existem diferentes delas em terreno desnivelado e colinas. Temos lagos naturais onde as aves migratórias vêm para descansar e, caminhando em nossos vinhedos, nós às encontramos.”
“Não é difícil encontrar uma lebre, um veado, um javali ou até uma matilha de lobos. Esse é um pequeno exemplo do que podemos ver em nosso Vale bem próximo ao Nure.”
“Em nossos vinhedos facilmente você poderá ver essa comunhão com a natureza. Assim como algumas plantas medicinais que crescem espontaneamente dentro das fileiras dos vinhedos e combinadas com um cultivo orgânico que temos em todas as nossas uvas, automaticamente nos torna verdadeiramente conscientes de que fazer uma viticultura sustentável é; ao mesmo tempo ter um resultado em união entre a biodiversidade e o homem. E isso é sentido também em cada taça provada.” - diz Alessandro Perini
Isso tudo reflete diretamente em seus vinhos.
Hoje a Cantine Romagnoli coleciona várias premiações ao redor do mundo, sendo uma das vinícolas italianas de maior prestígio entre os grandes críticos.
Aqui na L’Aretuseo, temos a honra de importar exclusivamente alguns de seus rótulos. Venha conhecer e se encantar ainda mais por cada um deles.
https://www.laretuseo.com.br/vinicolas
Texto: Paula Pavanelli
Tradução: Paula Pavanelli